Medicamentos que falam por si


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Terça-feira, 15 de Janeiro de 2013
Os medicamentos provocam efeitos adversos na voz? 

Anti-histamínicos, laxantesdescongestionantes nasais, corticosteróides inalados, ASS (ex.: aspirina), esteróides anabolizantes, BZD (ex.: xanaz) e ASS (ex.: pílulas) são alguns dos medicamentos com efeitos adversos na laringe (órgão onde se encontram as cordas vocais e que permite a produção de voz) e na qualidade vocal (conjunto de características que identifica a voz de cada individuo).


Quais os medicamentos que conduzem a efeitos adversos na voz?

  • Estimulantes  e depressores do Sistema Nervoso Central (SNC) (ex.: anfetaminas, cocaína, cafeína, álcool, tranquilizantes e barbitúricos) - estes medicamentos podem afectar a coordenação das pregas vocais e conduzir à desidratação das mesmas. Pode-se observar na qualidade vocal tremor associado a tiques vocais e prosódia (propriedades do som como o ritmo e entoanção) alterada;
  • Anestésicos locais (ex.: tetracaína, lidocaína, dibucaína) - são fármacos utilizados para induzir a anestesia a nível local, sem produzir inconsciência. Estes reduzem a propriocepção e consequentemente provocam alterações articulatórias.
  • Broncodilatadores - são substâncias farmacologicamente activas que promovem a dilatação dos brônquios, e que são utilizadas nas crises asmáticas. Estas substâncias provocam o desenvolvimento de laringite crónica (inflamação persistente da mucosa laríngea) com consequências de irritabilidade e desidratação da mucosa laríngea;
  • Diuréticos (acetazolamida, furosemida, hidroclorotiazida) - utilizados na eliminação do excesso de fluidos ou em determinadas patologias como edemas, os diuréticos aumentam a eliminação de água e electrólitos (sódio), conduzindo a uma desidratação generalizada do organismo e particularmente das cordas vocais, resultando numa alteração da qualidade vocal - voz rouca, áspera e/ou soprosa nos casos mais graves; 
  • Antitússicos (morfina, benzomanato, dropropizina) - designam medicamentos que actuam no SNC e nos receptores da mucosa brônquica. Estes apresentam um efeito diurético conduzindo à desidratação da mucosa laríngea, o que podem provocar edema, hiperemia (aumento da quantidade de sangue) das cordas vocais resultando na qualidade vocal uma voz aspirada;
  • Corticosteróides (triancinolona, exametazona, prednisona) - utilizados como agentes anti-inflamatórios em alergias agudas, estes medicamentos podem provocar desidratação ou edema das cordas vocais, fraqueza muscular e refluxo gastroesofágico - azia (podendo causar laringite);
  • Anti-histamínicos (prometazina, diclorfeniramina) - utilizados no tratamento de alergias como a rinite ou sinusite alérgica, estes medicamentos provocam desidratação da mucosa laríngea  o que conduz a tosse seca, favorecendo o aparecimento de alterações orgânicas secundárias;
  • Antidepressivos (fluoxetina, amitriptilina, imipramina) - podem interferir no controlo neurológico da produção da fala e voz, como desidratação das cordas vocais, tremores e diminuição do débito de fala (nº de palavras por minuto);
  • Androgénios - utilizados nas perturbações hormonais, no tratamento do cancro da mama, em tratamentos de fertilidade e muitos utilizados pelos halterofilistas no aumento da massa muscular, os androgénicos além dos seus efeitos desidratantes, promovem a hiperplasia (aumento do nº de células num órgão ou tecido) e hipertrofia (aumento quantitativo dos constituintes e das funções celulares) do músculo tireoaritnóideu (músculo da laringe), resultando num instabilidade vocal e aspereza, parâmetros irreversíveis após longos períodos de tempo;
  • Anti-hipertensivos (adalat, aldomet, aldazida 50) - medicamentos utilizados no tratamento da hipertensão, que podem provocar desidratação das cordas vocais, bem como tosse seca;
  • Ansiolíticos (diazepan, clonazepan, lorazepan) - também conhecidos por tranquilizantes, os ansiolíticos provocam alterações nas fibras neuromusculares e por consequência imprecisão na articulação muscular, diminuição do débito de fala, hipernasalidade (alteração na ressonância nasal) e soprosidade vocal.

O que fazer para reduzir o impacto dos efeitos adversos na voz?
  1. Tomar medicamentos quando prescritos pelo seu médico assistente;
  2. Quando observar algum sintoma acima referido, consultar um Terapeuta da Fala;
  3. Se o leitor é um profissional de voz (professor, cantor, actor, jornalista, político etc.) deve consultar um Terapeuta da Fala, para um acompanhamento direccionada para a sua performance profissional;
  4. Beba muita água, principalmente se tomar os medicamentos que provoquem desidratação; 
  5. Evite comportamentos de mau uso e abuso vocal (falar alto, gritar, pigarrear);
  6. Reduza a ingestão de bebidas alcoólicas, com cafeína (café, chá preto) e gaseificadas;
  7. Evite ambientes com ar condicionado;
  8. Faça repouso vocal.
Importa salientar, que na maioria das vezes, as alterações vocais são imperceptíveis, excepto para os profissionais de voz, que podem apresentar uma redução no seu desempenho vocal. Por isso, é muito importante consultar um Terapeuta da Fala. 



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Daniela Gonçalves. Com tecnologia do Blogger.