Chucha: até quando?


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Quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

O reflexo da sucção é um instinto importante para a alimentação do bebé, que se desenvolve no útero materno por volta da 15ª semana de vida. Este reflexo cumpre a função de regular, alimentar e tranquilizar o bebé, garantindo a sua nutrição, hidratação e prazer. Se por um lado o reflexo da sucção é instintivo, por outro é verdade que os bebés recorrem dos dedos para obter conforto, ainda no útero materno.



Porquê a chucha? O uso da chucha é implementado pela maioria dos pais, quando estes percebem que além da função nutritiva (de sucção), esta também é uma fonte de prazer, que oferece ao seu bebé a estabilidade e o conforto pretendido, em situações em que os próprios pais precisam de “ganhar” tempo para amamentar ou mudar a fralda. É uma tentação oferecer a chucha a um bebé, pois esta é um recurso invencível face à complexidade e multiplicidade de emoções e tarefas dos pais.

Até que idade usar chucha? A idade limite para retirar a chucha será entre os dois e os três anos de idade. Maior será o risco para o desenvolvimento da criança se o hábito de sucção na chucha permanecer, após a erupção dos dentes.

Quais as consequências para a utilização prolongada da chucha? Dependendo da frequência, intensidade e duração do hábito de sucção na chucha, podem-se verificar:
  • Perturbações odontológicas (ou seja, alterações na mordida ex.: mordida aberta, mordida cruzada, diastema – espaços entre os dentes, palato atrésico – céu da boca alto e estreito, protrusão dos incisivos superiores – projecção dos dentes da frente);
  • Alterações no desenvolvimento craniofacial (reduzido desenvolvimento da mandíbula);
  • Alterações nas funções reflexo-vegetativas (respiração oral, mastigação e deglutição);
  • Alterações na musculatura da língua, lábios e bochechas;
  • Alterações na fala.

Quais as estratégias para deixar a chucha?
É determinante sob ponto de vista emocional, que a retirada da chucha seja feita gradualmente e protegendo o desenvolvimento emocional do bebé/criança. É um processo que exige a participação activa do bebé/criança e de toda a família.
  1. Inicie este processo quando estiver preparado/a;
  2. Para os bebés que ainda estão a amamentar, é importante os pais oferecerem uma chucha ortodôntica (chucha com um formato muito semelhante ao mamilo da mãe), pois após a amamentação os bebés sentem necessidade de sugar para se reconfortarem. É igualmente importante a retirada da chucha após os bebés pararem de chuchar, evitando deste modo a criação do hábito;
  3. Quando o bebé/criança adormece com a chucha na boca e a deixar de chuchar, é conveniente retirá-la, pois não tem qualquer função;
  4. Recomendo aos pais e cuidadores que não ofereçam a chucha a qualquer sinal de desconforto do bebé/criança a fim de o/a acalmar. A chucha não deve ser utilizada como aparato de apoio emocional, substituindo a atenção dos pais;
  5. É conveniente retirar a chucha ao bebé/criança quando este/a está distraído a brincar.
  6. Para que o hábito de usar chucha não se estenda além dos dois anos de idade, é conveniente restringir o seu uso apenas a situações de cansaço e sono;
  7. Por volta dos dois anos e meio é necessário a substituição da chucha, por um elemento de transição, como um brinquedo macio e aconchegante (ex.: um peluche);
  8. Não deve ser utilizada como uma oferta continuada, como por exemplo pendurada num cordão ou corrente, para que o bebé/criança não a use;
  9. No momento da erupção dos primeiros dentes (e porque as gengivas incham e os bebés demonstram maior agitação, inquietação e desconforto) para alivio, sugere-se aos pais e cuidadores oferecer mordedores, brinquedos de borracha, a ponta de um lençol ou até mesmo uma almofada, para os bebés mordiscarem. Através da diversificação dos estímulos, o uso da chucha pode diminuir gradualmente;
  10. Seja consistente, mesmo que o bebé/criança acorde durante a noite a pedir a chucha, ou a fazer uma birra, mantenha-se firme, desvie a atenção, reconforte-o com beijinhos, mimos, conte uma história. Caso contrário, estará a transmitir noções contraditórias, e o mais provável é que estes acontecimentos se repitam.

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Daniela Gonçalves. Com tecnologia do Blogger.